Os dias são iguais há 27 dias. Esta rotina tem sido dura. A minha Sasha (lembram-se dela?!) já está com falta de pelo, tal não é o stress que apanha com o miúdo a pisa-la 500x ao dia. Eu tenho dias que só me apetece ingressar numa expedição da NASA, tipo Laika, ao espaço. Recebi um email giríssimo com sugestões de fatos de carnaval. Really?! Eu bem sei que isto tem sido uma palhaçada, mas meus amores, este ano, máscara só aquela que tenho de usar sempre que meto o fofo ao ar. No segundo dia de confinamento parti o dedo do pé. Nada de novo, visto andar sempre descalça e a fazer acrobacias em cima de tudo e mais alguma coisa. E acreditem que essas são as únicas acrobacias que tenho feito. Quem lançou o confinamento obrigatório não tem filhos de certeza... Mas pronto ao menos não há cá bebés de quarentena para estes lados. Começou a telescola, como sabeis, e eu dei por mim a ir às soluções para ver as respostas da minha filha a matemática. Esqueçam, devem querer que os miúdos sejam os próximos Nash ou o caraças. Eu juro por Deus que não me lembro de ter dado aquilo. Se bem que o meu 8º ano foi noutra vida. A destacar de positivo neste confinamento é o facto de haver álcool e papel higiénico em barda nas prateleiras do supermercado. Já tudo percebeu que a diarreia é um sintoma raro de Covid. Menos mal, menos mal... Comecei, também a organizar o aniversário do Lourenço (Março) e depois de dias e dias a escolher o tema Toy Story, o meu rico filho decidiu que agora quer a Patrulha Pata. De resto, tudo na paz do Senhor, louvado seja. Nem o bicho me pega e eu agradeço profundamente. Espero que se encontrem todos bem e protegidos. E não se esqueçam que cada dia conta. Até amanhã.
Dei por mim a navegar por textos escritos noutra altura e confesso que me deparo que durante bastante tempo me sabotei. Pus em mim a responsabilidade de assumir todas as tarefas e resignar-me ao facto de ser mulher e ser a minha "obrigação" ser forte, tanto quanto pau para toda a obra. Que ingénua que fui.... Não sou forte e não tenho que dar uma ideia romântica de mulher que tudo faz é forte. Tenho dias que posso com mundo e outros em que o meu mundo desaba. Tenho dias de sair da cama e ser capaz de tudo e outros tantos de pijama e não ser capaz de nada. Falho! Falho muito. Enquanto mãe, enquanto mulher, enquanto filha, enquanto irmã. E vou continuar a falhar. E sabem que mais? Já não faz mal falhar. Acho até que falhar é preciso. Dar um murro na távola redonda e organizar uma revolução. De pensamento, de mentalidades... Precisamos desesperadamente de parar de nos colocar num pedestal do tudo faz. Seremos mães e mulheres guerreiras a que preço?
Não há linha que seja reta nesta coisa que se chama viver a vida. Aceitar que precisamos de ajuda e pedi-la é ter mais força do que camuflar as fraquezas com ocupações que não nos pertencem. Eu hoje sei que a minha maior fraqueza, foi a minha força. Até amanhã 🍀🥰
Pensava eu que ficar em casa, quase como de castigo seria uma miragem e que logo, logo estava a rezar a todos os santinhos que conheço ( e olhem que ainda são alguns) para descansar e eis senão quando, puff!
Ala para casa, arranca e não faças pó.
Juro que e sido um desafio quase a roçar no suicídio coletivo de todas as mães.
Agora percebo porque os meus animais estragavam os móveis.
Estou quase a começar a roer uma quina de um móvel.
Não escrevi desde que me confinei porque desta vez, e agora é a sério, tenho a cabeça mais cansada, menos paciência, mais ansiedade e tem sido um bocadinho mais difícil.
Mas estou de volta.
Cheiaaa de saudades de vos contar as peripécias desta casa portuguesa (com certeza!).
Prometo ir dando updates dos dias, se bem que me parecem todos domingo em loop.
É acordar, tomar banho, pequenos almoços, almoços, sestas, lanches, jantares e no meio as lides domésticas.
Tenho quase me obrigado a vestir todos os dias como se fosse trabalhar.
Tem dias que até ponho um pozinho da saúde na cara.
Ahhh e batom, aquele objeto pequeno com função de pintar os lábios.
Lembram-se?
Quando não usávamos máscara, exceto nos filtros do Snapchat.
Agora que vemos essas fotos antigas, até pensamos a estupidez da coisa, não é?