Curvas e contra-curvas
E tem dias assim em que andamos ao sabor do vento e das curvas da estrada. E enquanto essas permanecem inalteráveis, as nossas próprias curvas ganham asas e voam consoante a maré.
São nas curvas da estrada que vejo com melancolia a vida a passar.
Nas férias aproveitamos para passear, conhecer, enriquecer a nossa cultura.
Olho com saudade as marcas que ficaram do passado bom, aquele que não esquecemos e que faz parte do presente para sempre.
Vejo o que tenho que caminhar e o que já caminhei, lembro-me de quem ficou pelo caminho e de quem continua comigo.
Perdi o norte tantas vezes quantas as necessárias para me estabilizar novamente.
Perdi a luz nas pessoas que nunca pensei perder e que a vida no alto da sua crueldade me obrigou a fazer despedidas rápidas e dolorosas.
Mas no balanço final ganhei muito mais do que perdi.
As cicatrizes, essas ficam para as histórias contadas em viagem ou nas noites em que o sono não vem.
Hoje celebro a vida.
E é tão bom viver assim.