Feminazis ou sinceridade?
Olá pessoas 😊
Estava eu a divagar pelas redes sociais e encontro um artigo no P3 que decidi explorar aqui no blog.
Penso que é bastante mais sensato, visto que o nível de diarreia mental com que me deparo em comentários machistas na dita rede não merece a minha preocupação.
Adiante...
Bem pelo que li e me informei esta mulher de seu nome Irene, decidiu em pleno 1° de Maio, numa manif em Lisboa erguer o cartaz que mostro em anexo.
O que ela pretendia, além de chocar mentalidades tacanhas, era dar, simplesmente, um "abre-olhos" à sociedade e fazer compreender ao nosso estado a importância da equalidade de géneros.
Bem sei, bem sei que fui eu que decidi construir família dizem uns, ou que a mãe, a avó e a tetra-avó ficavam em casa a cuidar das lides domésticas e das crianças porque os maridos tomaram a decisão de trabalhar para a família e assim era tudo feliz.
Mas para quando uma equalidade de géneros?
Existem muitas mulheres que são exploradas em pleno trabalho laboral e depois chegam a casa e levam mais horas e horas de trabalho doméstico.
Enquanto lá no tempo de D. Afonso Henriques as mulheres podiam ficar em casa e os maridos trabalhavam para a família, deixemos-nos de ser hipócritas e temos de admitir que nos dias de hoje ou te casas com um cirurgião ou coisa do género, ou tal façanha não é possível.
O que se pretende é reconhecimento por parte de todos do trabalho que é realizado dentro das nossas 4 paredes, trabalho esse não renumerado, desvalorizado e inúmeras vezes criticado.
Para a classe masculina ter ideia do dia a dia de uma Mãe trabalhadora vou passar a explicar.
Seg a Sexta:
Acordo às 7h preparo o peq almoço à mais velha, verifico se tem tudo em ordem para levar para a escola. Coloco o almoço na lancheira. Pergunto se lhe falta alguma coisa milhentas vezes. Dois beijinhos e só a volto a ver às 20h.
Ah agora com o novo rebento será acordar de 3 em 3h para o amamentar, mudar a fralda e esperar que decida dormir. Portanto dormito hora e meia se muito de cada vez.
Após a saída da mais velha, tomar o peq almoço a correr, vestir, pentear e maquilhar o mais rápido possível, tratar do mais pequeno, certificar que está tudo em ordem, levá-lo para a creche e voar para o trabalho para uma jornada de 9h.
Na hora de almoço laboral, aproveitar para espreitar se a mais velha não levou falta a nada e se está intacta na escola. Confirmar pagamentos das despesas e o que é preciso abastecer do super mercado (essa tarefa cabe ao pai ou à empresa online de entregas ao domicílio), falar com o marido para saber como está a correr o dia dele. Engolir o almoço e entrar ao serviço até às 19h.
Sair às 19h15 ou mais tarde, por vezes passar pelo supermercado para comprar uma ou outra coisa, ir buscar a mais velha e o mais novo à avó que fica com eles até a MÃE chegar e entrar a porta de casa às 20h ou 20h15.
Chegada a casa o marido vai descansar um pouco e ver TV ou está no PC, porque está cansado de trabalhar o dia todo.
Aí começa a minha segunda jornada. Preparar o jantar e almoços para o dia seguinte enquanto a mais velha toma banho. Estender ou apanhar a roupa que ficou a lavar enquanto saía para o trabalho, ajudar nos trabalhos de casa, brincar um bocado com o mais novo.
Jantar à pressa para lavar a loiça e tentar me despachar entre as 21h30 22h para dar banho ao mais novo.
Colocar o mais novo a dormir.
Aproveitar para escolher a roupa para o outro dia.
Adormecer entre a meia noite se possível porque irei acordar de 3 em 3h.
Aos fins de semana:
Limpeza geral na casa
Fazer camas de lavado
Organizar as roupas nos armários.
Portanto tenho um dia para "descansar" onde será passado a fazer actividades com os rebentos e a tentar dar o máximo de atenção possível ao marido que reclama que estou distante durante a semana.
Ah muito importante, entretanto rezar para que ninguém fique doente senão o pouco que dormia é transformado em noites e noites sem dormir nada.
Portanto temos uma jornada de trabalho de 17h ou mais sendo que só 8 dessas horas são pagas.
Assim, antes de criticarem com piadolas machistas e nos chamarem feminazis, calcem os nossos sapatos, que nem sempre são confortáveis e magoam, percorram a nossa estrada cheia de percalços e depois quando fizerem isso anos e anos, têm todo o direito de opinar.
Até lá estamos todas fartas até à CONA.
Abreijos