Vive(ências)
As memórias chegam em catadupa.
Como o piscar das luzes natalícias.
Com um incessante vai e vem de recordações.
Hoje era o dia em que os abraços e os beijos repenicados eram teus.
Celebrava-mos a vida em conjunto.
Era época de ajudar na árvore e tirar o pó das pequenas lembranças.
Pendurávamos esperança nos ramos verdes e gastos.
Éramos felizes graças ao esforço invisível que fazias.
Ninguém parecia reparar, mas nada funcionava sem a tua alavanca da experiência.
E agora que já não a temos mais connosco é que percebemos a falta que fazia essa engrenagem na nossa roda viva.
Tenho tantas saudades tuas.
Do mais pequeno e ridículo pormenor.
Absorvo todas as lembranças e bebo-as intensamente com o elixir da saudade.
Nunca me esquecerei do que foste para mim.
Deixaste-me orgulhosa em ser tua neta.
Hoje brinda por mim aí onde todos se juntam.
PS: Guarda-me um lugar no teu céu.